O homem só se deu conta da ausência da mulher depois de percorrer cerca de 100 quilômetros
Uma argentina que retornava de um período de férias em Bombinhas, Santa Catarina, passou por duas horas de aflição na tarde da última quarta-feira em Passo Fundo. A mulher, de cerca de 40 anos, viajava de carro ao lado do marido e do filho, de 14 anos, quando foi esquecida por eles em um posto de gasolina, nas margens da BR-285.
O marido só se deu conta que havia deixado o local sem a esposa depois de andar cerca de 100 quilômetros. Duas horas após o ocorrido, eles então retornaram para buscá-la.
Conforme o gerente do posto de gasolina, Edgar Francisco Marques, o veículo, um Fox preto, parou para abastecer por volta das 12h de quarta-feira. O argentino, identificado pela Polícia Rodoviária Federal apenas como Walter, teria ido ao banheiro após realizar o pagamento.
Neste momento a mulher, Claudia, que dormia no banco traseiro do veículo, saiu do carro para ir à loja de conveniência comprar bolachas, enquanto o filho, no banco da frente, jogava ao celular. Ao sair da loja, ela se deu conta que o veículo não estava mais no local:
— Ela entrou em pânico na hora. Começou a chorar e soluçar, dizendo que o marido havia deixado ela lá. Eu achei que fosse brincadeira no início, imaginando que ele tinha dado uma volta na quadra e retornaria. Mas logo vi que não era. Tivemos que acalmar e dar água para a senhora, mas ela não parou de chorar — conta Marques.
Com a ajuda dos funcionários do posto, Claudia tentou ligar para o marido, mas o telefone estava fora de área de cobertura. A situação a deixou ainda mais desesperada. Ela alegou que não sabia o que fazer, pois estava sem documentos, sem dinheiro e sem telefone em um país estrangeiro.
Marques decidiu, então, entrar em contato com a unidade da Polícia Rodoviária Federal de Passo Fundo, que fica a 500 metros do local, enquanto os demais funcionários consolavam a mulher.
O policial rodoviário David Ayzemberg, que atendeu a ocorrência, conta que foi até o posto e encontrou a mulher sentada em um canto, de cabeça baixa, chorando.
Ayzemberg levou a argentina à PRF e a informou que iria avisar os colegas de Ijuí e Sapiranga para parar o veículo, caso passasse pela região:
— Ela, muito nervosa, sugeriu que avisássemos também o pessoal da balsa, mas achamos que não seria necessário. A mulher ficou aguardando muito nervosa até que nossos colegas avisaram que o homem havia sido localizado e estava retornando.
Foi próximo ao posto da PRF de Ijuí, a cerca de 100 quilômetros de distância do posto de gasolina, que Walter e o filho notaram a ausência da mulher. Eles pararam no posto para pedir informações sobre como retornar, e foram avisados que ela se encontrava com agentes da PRF de Passo Fundo.
O reencontro de Claudia com a família, que ocorreu por volta das 14h, foi marcado por tensão e discussões. Assim que o argentino chegou no posto, a mulher começou a gritar com ele e dar tapas no veículo:
— Não houve agressão física, mas ela extravasou quando viu o marido. Começou a falar alto e bateu a porta do carro bruscamente. Ela reclamava pela demora para ele ter se dado conta que ela não estava no veículo — relata Ayzemberg.
Walter, constrangido, não quis dar muitas explicações sobre o ocorrido. Ele apenas agradeceu os agentes da PRF, olhou para a esposa e pediu perdão, afirmou Ayzemberg.
Após a breve discussão, a família entrou no veículo e seguiu a viagem rumo à Argentina.